Ex-presidente das Filipinas Rodrigo Duterte é Preso por Alegados Crimes contra a Humanidade Durante Crackdown de Drogas
Rodrigo Duterte, o ex-presidente polêmico das Filipinas, foi preso sob alegações de crimes contra a humanidade, relacionadas à sua repressão brutal contra as drogas.
Detenção de Duterte com Mandado da Corte Penal Internacional
Rodrigo Duterte foi preso em Manila na terça-feira, após aterrissar no país vindo de Hong Kong. O governo filipino confirmou que a prisão foi realizada com base em um mandado de detenção emitido pela Corte Penal Internacional (CPI), que investiga sua responsabilidade por crimes cometidos durante sua campanha de combate às drogas.
O caso envolve milhares de mortes ocorridas durante o seu mandato como prefeito de Davao, em 2011, e mais tarde durante sua presidência de 2016 a 2022, período em que seu governo foi marcado por uma repressão violenta contra o tráfico de drogas.
Alegações de Assassinatos em Massa Durante a Crackdown de Drogas
Durante seu tempo no poder, Duterte implementou uma política rigorosa de eliminação de traficantes de drogas e criminosos. Alega-se que policiais ou vigilantes a serviço deles, como atiradores de moto, tenham matado em massa suspeitos desarmados, uma parte significativa dessa violência ocorrendo durante seu governo. As autoridades filipinas negaram as alegações de crimes contra os direitos humanos.
Em uma investigação anterior, Duterte admitiu que havia um “esquadrão da morte” em Davao, onde gangsters matavam a mando dele quando ele era prefeito da cidade. No entanto, ele negou ter autorizado a execução de suspeitos enquanto presidente.
Defesa de Duterte e Rejeição à Prisão
Duterte, que tem 79 anos, declarou na segunda-feira que estava preparado para ser preso ao retornar para as Filipinas. No entanto, sua equipe de defesa já anunciou que a prisão é ilegal e prometeu contestá-la.
Duterte também retirou as Filipinas do Tratado de Roma, que criou a CPI, durante seu mandato, e tentou suspender a investigação em 2021, argumentando que a CPI não tinha jurisdição, já que as autoridades filipinas estavam tratando das alegações internamente. Contudo, juízes em Haia rejeitaram essas objeções há dois anos e permitiram que a investigação seguisse em frente.
Reação do Presidente Marcos e Possível Cooperação com a Interpol
O atual presidente das Filipinas, Bongbong Marcos Jr., que assumiu o cargo em 2022, não reingressou o país no Tratado de Roma. No entanto, ele afirmou que cooperaria caso seu antecessor fosse colocado sob um “aviso vermelho” da Interpol, que solicita a prisão do suspeito em qualquer lugar do mundo.