O governo dos EUA começou a liberar uma série de documentos sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy, um caso que ainda gera teorias da conspiração mais de 60 anos depois.
A liberação segue uma ordem executiva de janeiro do presidente Donald Trump, que exigia que arquivos não editados sobre o caso fossem tornados públicos.
Os historiadores não esperam revelações impactantes nos registros, que começaram a ser analisados após a liberação na noite de terça-feira. Trump estimou que 80.000 páginas de documentos seriam desclassificadas.
As autoridades dos EUA já haviam liberado centenas de milhares de documentos sobre JFK, mas mantiveram alguns em sigilo por questões de segurança nacional. Muitos americanos ainda acreditam que o atirador, Lee Harvey Oswald, não agiu sozinho.
Kennedy foi assassinado durante uma visita a Dallas, Texas, em 22 de novembro de 1963.
Não está claro quanto do material sobre Kennedy liberado pelos Arquivos Nacionais e Administração de Registros é novo.
Muitos dos documentos já haviam sido parcialmente divulgados em versões editadas, segundo especialistas.
“Vocês terão bastante leitura”, disse Trump a jornalistas na segunda-feira, antecipando a liberação. “Não acredito que vamos redigir nada.”
No entanto, alguns dos centenas de arquivos divulgados na noite de terça-feira pareciam ter trechos ocultados, segundo a mídia dos EUA, enquanto outros estavam difíceis de ler devido ao desgaste ou por serem cópias fotocopiadas mal escaneadas.
Uma comissão do governo determinou que o presidente Kennedy foi baleado por Lee Harvey Oswald, um veterano de fuzileiro naval e marxista autoproclamado que havia desertado para a União Soviética e depois retornado aos EUA.
Mas pesquisas de opinião ao longo de várias décadas indicaram que a maioria dos americanos não acredita que Oswald tenha sido o único assassino.
Questões não respondidas sempre assombraram o caso, dando origem a teorias sobre o envolvimento de agentes do governo, da máfia e outros personagens sinistros – além de afirmações mais fantasiosas.
Em 1992, o Congresso aprovou uma lei para liberar todos os documentos relacionados à investigação dentro de 25 anos.
Tanto Trump em seu primeiro mandato quanto o presidente Joe Biden liberaram diversos documentos relacionados a JFK, mas milhares ainda permaneciam parcial ou totalmente secretos.
A ordem executiva de Trump, dada dois meses atrás, também solicitou que os arquivistas do governo liberassem arquivos relacionados aos assassinatos do candidato presidencial Robert F. Kennedy e da ícone dos direitos civis Martin Luther King Jr., ambos assassinados em 1968.
O presidente republicano havia prometido durante a corrida pela Casa Branca no ano passado liberar os arquivos de JFK, logo após garantir o apoio de Robert F. Kennedy Jr., sobrinho de JFK e filho de Robert Kennedy.
Kennedy Jr. acabou se tornando o secretário de saúde de Trump.