Uma empresa com sede em Hong Kong concordou em vender a maior parte de sua participação em dois portos estratégicos no Canal do Panamá para um grupo liderado pela empresa de investimentos dos EUA BlackRock.

A venda ocorre após semanas de críticas do presidente Donald Trump, que alegou que o canal está sob controle chinês e que os EUA deveriam retomar o controle da importante rota de navegação.

Através de uma subsidiária, a CK Hutchison Holding opera portos nas entradas do canal no Oceano Atlântico e no Oceano Pacífico.

A empresa anunciou, na terça-feira, que venderá seus interesses como parte de um negócio no valor de US$ 22,8 bilhões (£ 17,8 bilhões).

A CK Hutchison, fundada pelo bilionário de Hong Kong Li Ka-shing, não é controlada pelo governo chinês. No entanto, sua base em Hong Kong significa que opera sob as leis financeiras da China. A empresa opera os portos desde 1997.

O acordo inclui um total de 43 portos em 23 países ao redor do mundo, incluindo os dois terminais do canal. A venda precisará ser aprovada pelo governo panamenho.

O Canal do Panamá, com 82 km de comprimento, corta o país centro-americano e é a principal ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

Até 14.000 navios transitam pelo canal a cada ano, incluindo petroleiros, navios de carga e militares.

Construído no início do século 20, o canal foi controlado pelos EUA até 1977, quando tratados gradualmente cederam a terra de volta ao Panamá.

Após um período de controle conjunto, o Panamá assumiu o controle total em 1999.

Trump fez várias argumentações para retomar o controle do canal e da área circundante. Ele afirmou que a influência chinesa é uma ameaça à segurança nacional, que o investimento dos EUA na construção inicial do canal justifica a retomada do controle e que os navios dos EUA são cobrados excessivamente para usar a via.

Em uma visita ao Panamá em fevereiro, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, exigiu que o país fizesse “mudanças imediatas” no que ele chama de “influência e controle” da China sobre o canal.

A China ‘opera’ o Canal do Panamá, como diz Trump?

O Panamá rejeitou as alegações do governo dos EUA e o presidente José Raul Mulino afirmou que o canal “é e continuará sendo” sob o controle do país da América Central.

Em um comunicado anunciando o acordo comercial, Frank Sixt, co-diretor da CK Hutchison, afirmou: “Gostaria de enfatizar que a transação é puramente comercial e totalmente não relacionada às notícias políticas recentes sobre os portos do Panamá.”

A BlackRock é uma das maiores empresas de gestão de ativos do mundo. O grupo que está comprando os portos também inclui a Terminal Investment Limited, uma empresa suíça.

Source Link  

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here