Duas enormes “ilhas”, do tamanho de supercontinentes, enterradas profundamente no manto terrestre, foram reveladas como possuindo diferenças fundamentais — ao contrário das suposições anteriores — e podem até levar o campo magnético da Terra a se tornar instável.

Essa é a conclusão de uma equipe internacional de pesquisadores do Reino Unido e dos Estados Unidos, cujos modelos revelaram que as duas chamadas Grandes Províncias de Baixa Velocidade (LLVPs) evoluíram de maneira diferente, o que lhes conferiu composições químicas e densidades distintas.

Cada uma delas tem até 900 quilômetros de altura e se estende por milhares de quilômetros de largura. As LLVPs da Terra foram descobertas na década de 1980, quando geólogos perceberam que as ondas sísmicas viajavam muito mais devagar por duas regiões no manto inferior do que o esperado.

Os cientistas acreditam que as LLVPs são compostas por crosta oceânica acumulada e subduzida para o manto. Como as ondas sísmicas parecem se comportar de maneira semelhante ao passar por essas regiões, acreditava-se, por muito tempo, que elas tivessem propriedades físicas semelhantes. No entanto, o novo estudo revelou que, embora possuam temperaturas semelhantes (sendo essa a principal variável que controla a velocidade das ondas sísmicas), elas são formadas por composições e idades de material diferentes.

“O fato de essas duas LLVPs diferenciarem-se em composição, mas não em temperatura, é a chave da história e explica por que elas parecem ser iguais seismicamente”, afirmou a autora do estudo e sismóloga, professora Paula Koelemeijer, da Universidade de Oxford, em uma declaração.

“Também é fascinante ver a ligação entre o movimento das placas na superfície da Terra e as estruturas a 3.000 quilômetros de profundidade em nosso planeta.”

No estudo, Koelemeijer e seus colegas modelaram como as LLVPs se formaram e evoluíram ao longo do tempo, combinando um modelo de convecção do manto com uma reconstrução dos últimos bilhões de anos de movimentos das placas tectônicas na superfície da Terra.

A simulação revelou que a LLVP africana é composta por material mais antigo e é melhor misturada que sua contraparte no Pacífico, que contém 50% mais crosta oceânica subduzida nos últimos 1,2 bilhões de anos.

Além disso, os modelos indicam que a LLVP do Pacífico tem sido consistentemente renovada por crosta oceânica subduzida nos últimos 300 milhões de anos.

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