Vencedores do Oscar de ‘No Other Land’ pedem um caminho diferente para o conflito israelo-palestino

Os cineastas por trás de ‘No Other Land,’ que ganhou o Oscar de melhor documentário, pediram um caminho diferente para resolver o conflito israelo-palestino durante seu discurso de aceitação no domingo.

“Existe um caminho diferente, uma solução política sem supremacia étnica, com direitos nacionais para ambos os nossos povos”, disse o cineasta israelense Yuval Abraham em seu discurso de aceitação.

“E tenho que dizer, enquanto estou aqui, a política externa deste país está ajudando a bloquear esse caminho”, continuou Abraham, criticando a abordagem do presidente Trump em relação à política externa.

O filme é uma colaboração entre israelenses e palestinos e segue o ativista Basel Adra enquanto ele documenta a destruição de sua cidade natal, na extremidade sul da Cisjordânia, que está sendo destruída por soldados israelenses para ser usada como zona de treinamento militar, de acordo com a Associated Press. Adra então faz amizade com um jornalista israelense judeu para ajudar a contar sua história.

“Fizemos este filme, palestinos e israelenses, porque juntos, nossas vozes são mais fortes. Vemos um ao outro, a destruição atroz de Gaza e seu povo, o que deve terminar, os reféns israelenses brutalmente feitos prisioneiros no crime de 7 de outubro, que devem ser libertados”, disse Abraham no palco.

“Quando olho para Basel, vejo meu irmão, mas somos desiguais”, continuou. “Vivemos em um regime onde eu sou livre sob a lei civil, e Basel está sob leis militares que destroem sua vida, e ele não pode controlar.”

Adra, no palco, disse que, há dois meses, se tornou pai e espera que sua filha “não tenha que viver a mesma vida que eu vivo agora, sempre temendo os colonos, a violência, as demolições de casas e os deslocamentos forçados”. “Pedimos ao mundo que tome ações sérias para parar a injustiça e a limpeza étnica do povo palestino”, acrescentou Adra em seu discurso.

O documentário, filmado ao longo de quatro anos entre 2019 e 2023, concluiu sua produção apenas alguns dias antes do ataque de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque a Israel, precipitando a guerra em andamento.

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